quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amor breve de padaria.

Era rotina ir à aquela cidade quando precisava de algo, era sempre assim desde que me conheço por gente é desse jeito, era rotina também ir à aquela padaria onde tinha doces e variados salgados que sempre me chamavam à atenção. Mas algo aquele dia foi diferente, completamente diferente... aliás, aquela padaria ficou diferente ao meu ver e eu estava tentando saber porque; procurei por algumas respostas, mas me senti observada... sabe aquela sensação que parece que tem alguém te olhando fixamente? Então, era essa a sensação. Não somente a sensação, mas como realmente tinha alguém me olhando, quando meus olhos foram de encontro aos dele, nossa! o que está acontecendo? Não conseguia me mexer e sentir perder o folego, mas como assim, meu Deus? Que diabos está acontecendo comigo? Continuei aonde estava, continue a fazer o que estava fazendo só que encarando-o e sem desviar o olhar. Foi algo inexplicável e de certa altura ridículo, uma sensação desconhecida, mas algo que eu não conseguia mudar ou sequer entender. Permanecemos um tempo assim, nos encarando fielmente; minha mãe me chama para irmos embora, já está na hora do ônibus e dessa maneira saimos daquela padaria. Eu não fiz nada, eu não falei nada e a imagem daquele rosto permanecia na minha cabeça. Tão cedo não hei de esquecer, mas que droga. Estava insatisfeita e assim iria continuar se eu não pensasse em algo para descobrir o nome do dono daquele olhar que me provocou essa sensação que jamais havia sentido. Chegando na rodoviária, vi que havia alguns minutos antes do ônibus partir, inventei uma desculpa e disse a minha mãe que precisava voltar a padaria, claro que ela não acreditou no que contei, afinal, ela havia percebido algo. Andei depressa na rodoviária até a saída, quando encontrei a rua corri pela calçada até a padaria com a desesperança de encontrá-lo, me sentiria péssima e culpada por ter perdido a chance e permanecer angustiada, deveria agir e rápido; parei de pensar e corri, cheguei na padaria ofegante procurando-o com os olhos por todos os lados, já estava ficando desesperada por não o achar no meio daquelas pessoas que não faziam ideia do que eu estava sentindo, mas por sorte/acaso/coincidência eu o encontrei. Ele me viu e estranhou, deve ter pensado 'o que essa louca faz aqui?' hahaha. Fui ao seu encontro com os olhos fixados nos seus, cheguei perto e olhei cada detalhe dos seus olhos e dos seus lábios, perguntei seu nome e pedi seu msn - não sei daonde saiu coragem - mas ele foi simpático e respondeu com um risinho. Seu riso foi motivo para corar as minhas bochechas, ainda mais porque havia pessoas nos olhando e o moço do balcão ficou me olhando sem entender nada. Ele disse seu nome, eu ouvi mas não escutei, pedi para que repetisse e repeti junto com ele: "Cadu!". Eu sorri e ele retribuiu, mas eu não podia mais demorar, a minha hora já tinha dado e a minha mãe deveria estar louca comigo, sai da padaria sem ao menos me despedir dele... Virei as costas e chegando na rua corri sorridente como uma garotinha de apenas cinco anos. Que tola! Fiquei encantada, fui embora feliz e mal via a hora de poder adiciona-lo no msn e conversar com o dono do olhar mais marcante que eu já conheci!
Essa história não tem um final feliz e nem triste, apenas frustrante. Conseguimos nos encontrar no msn e conversamos, e apenas algumas palavras e percebi que ele não correspondia nenhuma das expectativas criadas por ele. E além do mais, ele tinha uma namorada e ainda assim queria me encontrar, não gostei da ideia e isso se auto adicionou para os minutos que eu desgostava dele. Me frustei. E comecei a pensar que certas coisas são bem melhores sendo apreciadas, que às vezes, ir atrás tira o encanto das coisas e que seria bem melhor se tudo continuasse do jeito que tava, e que conhecê-lo de verdade seria fruto da minha imaginação. Mas ainda guardo como recordação aquele momento nosso na padaria... Aquele amor breve de padaria.

1 comentários:

Karllen Louise disse...

É por isso que eu nunca procuro saber quem eles são. Deixo tudo por aquele momento e só. Começa e acaba ali. É muito mais bonito. rs

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